Saturday, May 27, 2006
Wednesday, May 17, 2006
Às avessas
Decompõe-me em metáforas
Arranca de mim as palavras
Que tanto insisto em dizer.
Devagar, desnuda-me a alma
E a possui com calma
Devorando em calculada antropofagia
Todos os traços de sua anatomia.
Penetra em (poética) sodomia
Meu mais profundo desejo
Que até então dormia
E despertou no ensejo.
Percorre o caminho inverso
Pelas rimas do meu corpo
Regurgito assim o verso
Que julgava estar morto.
Arranca de mim as palavras
Que tanto insisto em dizer.
Devagar, desnuda-me a alma
E a possui com calma
Devorando em calculada antropofagia
Todos os traços de sua anatomia.
Penetra em (poética) sodomia
Meu mais profundo desejo
Que até então dormia
E despertou no ensejo.
Percorre o caminho inverso
Pelas rimas do meu corpo
Regurgito assim o verso
Que julgava estar morto.
Sunday, May 07, 2006
Crise da meia idade
De manhã, percebo, no espelho
Um emaranhado de estrias!
Me afogo em melancolia
E caio no chão, de joelhos.
Malditas sejam estas linhas roxas
Que se divertem tomando-me as coxas!
Terrível fatalidade
Marca incrédula de avançada idade.
Como usarei mini-saia
Sem parecer vulgar?
Ou sem receber uma vaia
Por onde quer que passar?
Como ludibriar o tempo?
Não encontro solução
Mesmo assim, ainda tento.
Me apego na doce ilusão
De retardar o envelhecimento.
Um emaranhado de estrias!
Me afogo em melancolia
E caio no chão, de joelhos.
Malditas sejam estas linhas roxas
Que se divertem tomando-me as coxas!
Terrível fatalidade
Marca incrédula de avançada idade.
Como usarei mini-saia
Sem parecer vulgar?
Ou sem receber uma vaia
Por onde quer que passar?
Como ludibriar o tempo?
Não encontro solução
Mesmo assim, ainda tento.
Me apego na doce ilusão
De retardar o envelhecimento.