Tuesday, December 22, 2009

Poket moments

Eu sozinha, ela sozinha e o mundo tão grande.
Ela canta em francês. Ela vai para Paris. Ela foi feita para o amor. L'amour, l'amour.

- Existem ausências que dão espaço, sabe? Como se você pudesse se movimentar pelo vazio. É bom. A gente vive sempre tão preso.
- Eu não sou louca nem sã, puta nem santa. Eu só preciso desse espaço pra ser o que eu quiser.

Tiramos a roupa, peça a peça. Entre goles e tragos, dançando na sala com Janis Joplin, semi nuas e semi ébrias.

- Fumar é uma das poucas coisas que são melhores pela idéia em si do que pela sensação que causa. Não é pose, sabe. É só que... Tem algo entre colocar a fumaça pra dentro e pra fora quase que instantaneamente.
- Há sempre algo que escapa. Eu quero desaparecer numa nuvem de fumaça. Me apaga na ponta desse cigarro que você fuma tão distraidamente.

- Eu tenho dessas vontades. Correr até cansar. Fumar até ficar sem ar. Beber até cair.
- As melhores coisas são aquelas que tiram o fôlego. Correr, fumar, beber, trepar.

Ela riu. Ela tem o riso fácil.

- A gente só encontra quem merece encontrar.
- E quem merece ser encontrado.

Ela deve ser o amor de uma vida.
E por alguma acrobacia do tempo, do destino, do acaso, nessa teia louca e emaranhada que chamamos vida, o futuro; pelos astros, pelos signos; devia ser encontrada, assim simplesmente.

- Existem momentos que merecem ser guardados, sei lá, no bolso. Mesmo que nunca mais se olhasse pra eles. (pausa) Eu queria guardar esse momento.